Hipotireoidismo X hipertireoidismo: entenda cada uma dessas doenças

Cuidar da saúde nunca esteve tão em alta. Por conta da pandemia de COVID-19, passamos a prestar mais atenção ao que ocorre com o nosso corpo e a valorizar o bem-estar.

Parte importante do check-up é verificar o funcionamento de uma glândula chamada tireoide, que fica no pescoço e tem formato de borboleta. Apesar de pequenininha, ela é responsável pela produção e liberação de diversos hormônios no organismo, como o T3 e o T4, que regulam funções variadas do nosso corpo.

Infelizmente, não é incomum haver problemas com a tireoide. O médico mais indicado para diagnosticar e tratar os distúrbios que afetam a glândula é o endocrinologista.

Duas das enfermidades mais comuns são o hiper e o hipotireoidismo, os dois extremos que a glândula pode passar. As duas doenças são diferentes, afetam homens e mulheres e têm tratamento. Confira mais sobre elas abaixo.

Hipertireoidismo

Quando há a hiperestimulação da tireoide, temos essa enfermidade. A glândula passa a produzir e secretar muito mais hormônio que o organismo precisa. Com isso, todo o metabolismo fica acelerado. Os sintomas incluem: 

  • Irritação;
  • Perda de peso;
  • Insônia;
  • Taquicardia;
  • Sudorese e intolerância ao calor;
  • Olhos saltados,
  • Tremores.

O hipertireoidismo pode ser causado por nódulos, benignos ou não, e Doença de Graves, um mal hereditário que faz com que o corpo ataque a tireoide e a faça trabalhar além do necessário.

Hipotireoidismo

Quando a tireoide passa a produzir ou secretar menos hormônio que o corpo precisa, temos esta enfermidade. Seus principais sintomas são:

  • Aumento de peso e de apetite;
  • Sonolência e fadiga;
  • Queda de cabelo;
  • Enfraquecimento das unhas;
  • Intolerância ao frio;
  • Constipação;
  • Ressecamento da pele;
  • Redução da frequência cardíaca e da atividade cerebral,
  • Alterações menstruais.

A doença pode ser causada por falta, ou excesso, de iodo na dieta ou pela Tireoidite de Hashimoto, condição autoimune na qual as células de defesa do corpo atacam e inflamam a tireoide.

Diagnóstico e tratamento

As duas enfermidades são diagnosticadas por meio de avaliação clínica e exames para medir a concentração hormonal, como hemograma, ultrassom de tireoide e punção para biópsia.

O tratamento é individual e pode incluir uso de medicação, cirurgia e terapia com iodo radioativo para induzir o hipotireoidismo. O acompanhamento com o médico endocrinologista é constante nos pacientes com problemas tireoidianos. 

As consultas podem ser quadrimestrais, semestrais ou até anuais, dependendo do estágio da doença e do caso do paciente.

Uma pessoa que tenha hipotireoidismo não vai engordar necessariamente. Seguindo dieta equilibrada e praticando atividade física, é possível manter as pazes com a balança e a qualidade de vida como um todo.

Cuidados

Ambas as doenças precisam ser tratadas porque podem trazer comorbidades, como problemas coronarianos, diabetes, obesidade, entre outras enfermidades que podem levar ao óbito do paciente.

Dados da Sociedade Brasileira de Endocrinologia informam que “cerca de 10% das mulheres acima de 40 anos e em torno de 20% das que têm acima de 60 manifestam algum problema na tireoide”. No entanto, pessoas de todas as idades devem se preocupar em avaliar a saúde da glândula.

A mesma instituição conta que um a cada cinco mulheres procura o ginecologista para fazer terapia de reposição hormonal quando, na verdade, apresentam distúrbios da tireoide — seja hipo ou hipertireoidismo. Isso demonstra que o check-up hormonal é fundamental para que a enfermidade não seja subestimada ou subtratada.

Crianças também podem ter problemas tireoidianos. O teste do pezinho é fundamental justamente porque ajuda a diagnosticar o hipotireoidismo congênito, que pode atrapalhar todo o desenvolvimento do bebê se não for diagnosticado e tratado. 

Texto: Gear Seo