Um item básico para casas, instituições de saúde e estabelecimentos comerciais é o papel higiênico. Inclusive, podemos dizer que por ser tão básico, sua importância pode acabar passando despercebida.
Entretanto, a pandemia evidenciou isso: nas primeiras semanas de disseminação dos casos de Covid-19, diferentes países noticiaram o aumento repentino da venda deste item de higiene e a falta de estoque em mercados, tamanha a procura.
Agora eu te pergunto: você já se questionou como o papel higiênico é fabricado? Descubra, a seguir, como é esse processo.
Entenda mais sobre a origem do item
Historicamente, o papel higiênico nos moldes como conhecemos hoje foi criado em 1391 na China. Nesse momento, as folhas de papel higiênico eram perfumadas e destinadas apenas às elites.
No final do século XV, o papel higiênico havia se popularizado bastante e se tornado um item amplamente disponível. Contudo, a fabricação do produto em larga escala (em moldes industriais) começou apenas no final do século XIX.
Em 1857, o empresário Joseph Gayetty passou a vender blocos de 500 folhas do que era chamado de “papel terapêutico” — que consistia no papel higiênico misturado com aloe vera.
Somente em 1890 esse papel foi enrolado em um tubo. A princípio, essa ideia de enrolá-lo não foi bem aceita.
Produção industrial: veja como aconteceu
A produção industrial de papel higiênico tem como principal matéria-prima a madeira, que fornece fibras de celulose, posteriormente transformadas em papel por meio de uma série de processos químicos.
A qualidade das folhas de papel higiênico é conferida pela mistura de diferentes tipos de fibras de forma equilibrada. Enquanto as fibras mais curtas garantem mais maciez, as mais longas são melhores para impedir que a folha rasgue com muita facilidade.
O eucalipto é a árvore mais utilizada na indústria de papel (não apenas o higiênico). Ademais, a fabricação industrial é dividida em algumas etapas.
A primeira é a preparação da massa a partir da celulose: a árvore é cortada e levada para a indústria, onde é descascada e picada. Os pedaços são cozidos juntamente a outras substâncias químicas que têm como função extrair a celulose.
Os restos de madeira que não são aproveitados são queimados em caldeiras e transformados em energia elétrica destinada ao próprio processo de fabricação do papel.
Em seguida, a empresa deve retirar algumas substâncias da celulose que não servem para a produção de papel e, em seguida, ela deve ser transformada em uma folha lisa e contínua — que será prensada para retirar o excesso de água presente na polpa da celulose, depois:
- Compactada;
- Alisada;
- Enrolada;
- Entre outros processos.
Por fim, o grande rolo de folha é cortado por máquinas em pequenos pedaços, empacotados e enviados para a comercialização.
É importante lembrar que existe papel higiênico também feito de papel reciclado — que é moído e misturado com água oxigenada (que vai deixá-lo branco). Em seguida, ele deve ter sua umidade retirada e pode ser misturado com tiras de papel de eucalipto.
As etapas restantes são iguais às do processo de fabricação do papel higiênico tradicional.
Conheça qual a composição
A composição química do papel higiênico pode mudar de acordo com a planta de onde foi tirada a celulose — tipo de polímero (macromoléculas). Algumas substâncias que compõem o papel após sua fabricação podem ser divididas em dois grupos.
O primeiro são substâncias minerais e proteicas, além de ácidos graxos e ácidos resínicos (em quantidades menores).
O segundo reúne celulose, lignina (responsável por conferir maior resistência ao papel) e hemiceluloses (grandes quantidades). Um bom jeito de ver a quantidade de lignina é pela cor do papel: quanto mais escuro, maior é a quantidade dessa substância.
O papel higiênico é um item básico, mas é importante escolher um bom produto, pois ele tem um impacto direto sobre a saúde genital. Quando é de má qualidade, esse produto pode favorecer o surgimento de alergias e irritações na pele, provocando mal-estar.