A importância da moda com baixo impacto ambiental

A procura por processos produtivos que provoquem menos impacto ambiental é um movimento que vem se fortalecendo em diferentes segmentos econômicos nos últimos anos, como o da moda.

Somente em 2019, a indústria da moda produziu no Brasil mais de 170 mil toneladas de resíduos, dos quais mais de 80% foram enviados diretamente para o lixo. Nesse contexto, multiplicam-se as marcas deste ramo que passaram a utilizar, por exemplo, o processo de reutilização criativa para uma determinada peça ou parte dela. Esse processo é também conhecido pelo termo inglês “upcycling”.

Por isso, se você quer saber mais sobre moda sustentável, o que ela defende e propõe e quais são os benefícios que ela traz não só para o meio ambiente, mas também para os humanos, confira os tópicos a seguir.

O conceito da moda sustentável

Uma moda preocupada com o meio ambiente foca em utilizar métodos que não produzam ou minimizem danos ambientais gerados durante o desenvolvimento de roupas e acessórios, como cachecóis, bonés, luvas, meias, entre outros.

Danos ambientais da indústria convencional

Nos últimos anos, a indústria da moda tem sido reconhecida como uma inimiga do meio ambiente, já que seus processos produtivos tradicionais são prejudiciais a diferentes formas de vida, de plantas e animais a processos naturais como cursos d’água.

Um dos maiores vilões do ramo da moda é o jeans: estima-se que uma calça feita desse tecido consome uma média de 11 mil litros de água em seu processo produtivo.

O algodão é outro tecido problemático do ponto de vista do consumo de água. Para se produzir um quilo de algodão, é preciso de uma média de 30 mil litros de água. Uma camiseta nesse tecido usa cerca de 2.700 litros.

Além do uso excessivo de água, a utilização de defensivos agrícolas no cultivo do algodoeiro corresponde a cerca de 24% de todo o consumo de inseticidas e 11% dos pesticidas usados na agricultura mundial. O processo produtivo do algodão ainda consome combustíveis fósseis para as máquinas agrícolas utilizadas na colheita.

Outro aspecto problemático é o descarte de produtos empregados no tingimento de tecidos. O processo polui rios, mares e reservatórios de água com metais pesados como o cromo, o mercúrio, o chumbo, o cádmio e o cobre.

Para combater a má fama que tem pairado sobre este setor, a indústria da moda vem buscando novas alternativas para produzir roupas sem poluir o ambiente nem gerar lixo durante seus processos.

Propostas para reduzir o impacto ambiental

Uma das formas para conseguir isso é o upcycling, que transforma manualmente uma peça como vestido, blusa, calça ou camiseta em outro item de valor igual ou maior.

Esse processo pode conferir novas funções para uma peça. Por meio dele, um tecido pode ser transformado, por exemplo, em uma bolsa, uma faixa para cabelo ou uma blusa. O processo também pode manter o modelo de uma peça, promovendo apenas alguns ajustes ou inovações.

Diferentemente da reciclagem, no upcycling as matérias-primas não morrem nem são submetidas a processos de intervenção química, que geram resíduos poluentes no meio ambiente.

O upcycling é uma resposta a um problema que as grandes marcas ainda não resolvem e traz novas possibilidades econômicas, já que, após passar pela reutilização criativa, uma peça pode ser vendida em vez de ser jogada no lixo.

Além de evitar o acúmulo de resíduos têxteis em aterros sanitários, essa iniciativa economiza matérias-primas utilizadas para produzir roupas novas, como água, eletricidade e as fibras do tecido.

O upcycling também promove a criatividade e abre possibilidades para gerar novos modelos, cortes e estampas. Por fim, além de sustentável, o movimento ainda permite a criação de acessórios inovadores e despojados, ótimos para quem adora inovar no look.

Texto: Gear Seo