PIB

Divulgação do PIB no 1º trimestre dividiu opiniões entre brasileiros: entenda o porquê

As expectativas quanto ao valor do PIB (Produto Interno Bruto do Brasil) do primeiro trimestre de 2020 eram grandes e estavam em meio a várias especulações.

Porém, com a divulgação da retração da economia em 1,5%, em comparação ao ano passado, o mercado financeiro e os outros setores conseguiram visualizar o impacto da COVID-19.

Os economistas brasileiros indicam que esse resultado é somente o começo de um período ruim da economia brasileira. Segundo os especialistas, essa pode ser a pior recessão econômica que o país já viveu em 120 anos. Eles se justificam afirmando que o isolamento social só teve início no meio do mês de março e que as consequências mais graves ainda estão por vir. 

Apesar de outros setores se manterem fortes até agora, como é o caso das importações, que cresceram 5,3% no primeiro trimestre comparado ao ano anterior, é nesse cenário que surgem as divergências de opiniões. 

Há o lado mais otimista, representado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que exaltou os dados da importação, e uma visão mais pessimista, como demonstrou a nota oficial do ministério da Economia, que diz que esse resultado inviabiliza a ideia de recuperação.

Resgate histórico

No mesmo período do ano de 2019, o PIB brasileiro teve uma retração de somente 0,3%, enquanto essa divulgação do primeiro trimestre demonstra um dos piores resultados desde a maior queda no segundo trimestre de 2015: 2,1%.

A economia brasileira vem enfrentando um período de fraco crescimento — como fica evidente nos dados acima. Com a adição do isolamento social e, consequentemente, o fechamento de vários comércios, os especialistas preveem que o PIB caia ainda mais.

As opiniões quanto ao que fazer nesse período, marcado pela reclusão, estão divididas, tanto no âmbito político, quanto no social. Dessa forma, são levantadas diversas soluções para que o impacto dessa situação seja resolvido e a economia volte a se movimentar.

Impacto da quarentena em outros países

O Brasil é um país entre vários que tiveram as suas economias impactadas pela COVID-19. A China, uma das grandes economias mundiais, foi a nação que teve a maior queda do PIB neste trimestre: 9,8%.

Como o primeiro epicentro da doença, o país vem implementando medidas de isolamento desde o final de 2019. Em contrapartida, no território europeu, encontra-se a Suécia: o país que não adotou o isolamento social também teve a sua economia retraindo-se em 0,3%.

Segundo pesquisa divulgada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre as 50 economias mais relevantes do mundo, somente duas registraram crescimento nesse período: Finlândia e Chile.

Consumo e investimentos

Apesar desse cenário de retração do PIB e possível recessão econômica brasileira, o consumo das famílias cresceu em 0,2% no primeiro semestre de 2020. Esse número é dividido em duráveis, semiduráveis e não duráveis.

O consumo de bens não duráveis, como os alimentos, foi o grande responsável por esse cenário, já que cresceu em 2,4%, enquanto os produtos semiduráveis, como calçados e vestuários,  e os duráveis, eletrodomésticos, por exemplo, caíram em 8,5% e 3,8%, respectivamente.

Já os investimentos tiveram resultados não tão favoráveis. A FGV (Fundação Getúlio Vargas) apontou que as aplicações caíram 0,2%, indicando que os resultados só foram positivos na área de construção.

A agropecuária também teve um início de ano bom, com um PIB positivo: 0,6%. Esse foi o único índice que apontou alta, refletindo diretamente o Produto Interno Bruto do Brasil.

Texto: Gear Seo