Drex: tudo sobre a moeda digital brasileira

No dia 6 de agosto, o Banco Central do Brasil (Bacen) revelou o nome oficial da moeda digital brasileira, que até então era conhecida como Real Digital. 

Agora, o nome será Drex, e ela pretende trazer para o mercado tradicional várias funcionalidades do mercado de criptomoedas — embora a Drex não seja uma criptomoeda.

A Drex tem como objetivo manter o mesmo valor ao real, mas introduzir novas funcionalidades. Além disso, o projeto deve colocar o Brasil na vanguarda entre os países que estão trabalhando na digitalização de suas moedas. 

Contudo, o projeto inovador também tem despertado dúvidas sobre seu funcionamento. Muitas dessas dúvidas dizem respeito ao funcionamento da Drex e seu uso. 

A única certeza é que, ao contrário do Bitcoin (BTC) e seus pares, a Drex não é uma criptomoeda. Se você quer entender melhor como ela funciona, confira o texto de hoje para saber tudo sobre essa novidade.

O que é a Drex?

Sem rodeios, a Drex é uma versão digital da moeda brasileira, o real. O próprio nome Drex faz alusão ao real e à digitalização da moeda, sendo dividido em 4 partes:

  • D, faz referência ao Digital Real;
  • R, faz referência ao Real Digital;
  • E, de eletrônico;
  • X, sobre modernidade e tecnologia, além da alusão ao Pix.

Dessa forma, a Drex será uma moeda exatamente igual ao real, inclusive mantendo seu valor atrelado ao da moeda. A grande diferença é que assim como as criptomoedas, a Drex existirá somente no formato digital, em carteiras eletrônicas, ou seja, não existirão cédulas nem moedas de Drex.

Drex é uma criptomoeda?

Não, não é. A Drex é uma moeda digital que terá seu valor atrelado ao real, mas não será uma criptomoeda. A principal diferença entre uma criptomoeda e uma moeda digital é a existência de uma blockchain.

Criptomoedas como BTC ou Ether (ETH) possuem sua própria blockchain descentralizada e pública. Qualquer pessoa pode verificar as transações nessas redes e utilizar seus tokens sem pedir permissão a ninguém.

Por outro lado, a Drex não possui uma blockchain própria — ela será construída dentro do Ethereum, a segunda maior blockchain do mundo. 

Além disso, provavelmente não será possível utilizar a moeda digital sem realizar um cadastro ou pedir permissão ao Bacen — no caso de bancos e instituições financeiras.

Nesse sentido, a Drex se assemelha mais a uma Moeda Digital do Banco Central, conhecida pela sigla em inglês CBDC. 

As CBDCs são versões digitais das moedas oficiais de um país, e o Brasil se junta a nações como Bahamas, China e Estados Unidos, que já estão pesquisando e testando suas CBDCs.

Drex versus Pix

Para muitas pessoas, o dinheiro digital já se transformou em uma realidade, sobretudo após o lançamento do Pix, sistema do Bacen que permite transações rápidas, 24 horas por dia e sem custo. 

Segundo a Associação Brasileira de Bancos (Febraban), desde 16 de novembro de 2020, data em que a ferramenta começou a funcionar no país, até setembro de 2022, foram 26 bilhões de transações feitas no sistema financeiro nacional.

Neste contexto, a movimentação chegou a R$ 12,9 trilhões. Ou seja, o Pix se consolidou no dia a dia dos brasileiros.

No entanto, a Drex não é apenas um sistema de pagamento como o Pix, mas sim uma transformação completa. 

Além de ser uma moeda digital, o projeto também abre espaço para a tokenização de ativos, isto é, a digitalização de ativos. De fato, um dos testes da Drex prevê a tokenização de títulos do governo federal até 2024.

Uso do Drex

Ainda não há planos de como ocorrerá o uso da Drex pelos cidadãos, mas o Bacen já afirmou que isso deve ocorrer por meio do sistema bancário. Os brasileiros provavelmente terão suas carteiras digitais por meio da qual poderão realizar operações com a moeda.

O Bacen também deixou claro que a Drex não vai eliminar o dinheiro físico — notas e cédulas do real continuarão circulando. Portanto, essa carteira digital também deve incluir a opção de saques de Drex para reais.

No momento, a moeda digital brasileira está em fase de testes, mas o Bacen já atestou que a nova moeda é segura. 

Os testes anteriores atestam a segurança e privacidade das transações e dos saldos, e a moeda deve chegar aos brasileiros até o final de 2024 ou início de 2025.