Como são fases de testes e o processo de criação das vacinas

As vacinas são as principais ferramentas da medicina, pois, além de ser um método utilizado para tratar doenças, ela funciona como uma medida fundamental de prevenção.

Atualmente, o Brasil disponibiliza cerca de 300 milhões de doses anuais de vacina para a população. Isso só é possível, pois, o país possui um grande parque produtor de vacinas, que o coloca em uma situação vantajosa em relação aos demais.

No entanto, o desenvolvimento de uma vacina não é nada simples, visto que existem inúmeros protocolos e procedimentos a serem seguidos durante todas as fases para garantir um alto padrão de qualidade.

Como se faz uma vacina?

O processo de produção de uma vacina envolve os componentes dos próprios micro-organismos causadores da doença. Basicamente, é utilizado o vírus enfraquecido ou inativo que, ao ser injetado, faz com que os anticorpos necessários sejam ativados.

Dessa forma, quando a pessoa for infectada novamente, o seu corpo já terá um mecanismo de defesa estabelecido para combater o vírus, evitando, assim, o contágio.

Entretanto, há casos em que o micro-organismo em si não é o causador da doença, mas, sim, uma toxina que ele produz. Nessa situação, a vacina atua como forma de neutralização. 

Qual é o processo de criação das vacinas?

O processo de criação de uma vacina é complexo e passa por diversas etapas. Segundo o Instituto Butantan, esse procedimento, que envolve desde a pesquisa até o desenvolvimento da vacina, apresenta alguns aspectos que podem ser divididos em três principais estágios.

Primeiro estágio

O primeiro estágio engloba as pesquisas iniciais e a análise de todas as probabilidades possíveis. É nele que a identificação do agente causador da doença é realizada.

Segundo estágio

No segundo estágio, os testes in vitro e/ou in vivo são iniciados, sendo realizada tanto a análise, quanto a aplicação em animais.

Terceiro estágio

Considerado o mais demorado e complexo, o terceiro estágio é dividido em três etapas. 

  • Primeira etapa: iniciam-se os estudos realizados em seres humanos com o objetivo de provar que a vacina é segura;
  • Segunda etapa: o foco é voltado para definição da capacidade de resposta imune,
  • Terceira etapa: responsável pela comprovação da eficácia da vacina para que ela possa ser distribuída para a população após o registro sanitário.

Como são as fases de testes?

Os testes feitos em seres humanos são realizados em três fases, totalmente regulamentadas pelas entidades internacionais. 

Fase 1

A fase 1 envolve um grupo menor de pessoas voluntárias e saudáveis. Os principais objetivos dela são:

  • garantir que a vacina é totalmente segura para ser utilizada em seres humanos;
  • conseguir dados preliminares de que essa vacina pode proporcionar um valor terapêutico significativo ou até impedir a proliferação da doença. 

Fase 2

Caso a fase 1 seja concluída com êxito, o processo é iniciado com um grupo maior de pessoas. Os testes da fase 2 englobam pacientes que possuem a doença na qual a vacina está sendo testada. O objetivo dessa fase é:

  • conseguir evidências que comprovem a eficácia do tratamento e a prevenção da doença;
  • compreender quais são as doses adequadas para o uso da vacina;

Fase 3

Se os testes da fase 2 forem satisfatórios, a fase 3 dos estudos é iniciada. Nela, o processo é muito mais completo e pode envolver milhares de participantes de inúmeros países. Os principais objetivos dessa fase são:

  • confirmar o nível de eficácia da dosagem;
  • identificar a presença de qualquer efeito colateral ou razões pelas quais a vacina não deve ser utilizada em determinado grupo de pessoas,
  • compor um material que compara os riscos e os benefícios dessa vacina.

Texto: Gear Seo