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A história do Moscow Mule

Adocicados, mais amargos, coloridos, agridoces, temperados com ervas, quentes, gelados, batidos, mexidos, nutritivos e digestivos. A variedade de drinques é vasta, o que torna essas bebidas presentes nas mais variadas ocasiões, como festas, jantares, bares e baladas, mas uma dessas bebidas ganhou destaque nos últimos meses, o Moscow Mule.

Margarita, Mojito, Dry Martini, Pisco Sour, Piña Colada, Cosmopolitan, Cuba Libre, Sex On The Beach. Esses são alguns dos drinques mais conhecidos do mundo. Mas o Moscow Mule talvez seja o que tem a melhor história.

Por isso, se você gosta de drink à base de vodka e ervas como o gengibre, mas ainda não degustou um Moscow Mule, veja os truques de marketing e estratégias ousadas de empreendedorismo que estão por trás dessa bebida!

Origem

Limão, gengibre, licor, vodca, angostura bitters e cerveja de gengibre beer. Esses são os ingredientes do Moscow Mule, que é conhecido no Brasil como “drinque da canequinha”.

Tudo começou em 1939, quando John Martin comprou os direitos da marca de vodca Smirnoff para uma distribuidora pequena de bebidas em Connecticut, nos Estados Unidos, quando a marca apresentava os primeiros sinais de falência. 

Ele tinha um amigo chamado Jack Morgan, que havia comprado um pub em Hollywood há pouco tempo e tentou se consolidar no mercado criando a sua própria cerveja de gengibre — já que tinha um estoque considerável dessa planta em seu bar. 

A ideia de tentar vender vodca russa parecia em seu país parecia completamente maluca em meados da Guerra Fria, período histórico marcado por uma intensa rivalidade política, econômica e tecnológica entre a União Soviética e os Estados Unidos.

Foi então que os dois amigos se uniram e fizeram uma mistura inusitada. Além de vodca e cerveja de gengibre, os outros ingredientes da primeira receita do Moscow Mule foram suco de limão e gelo.

Apresentação

Outro fator que tornou esse drinque bastante conhecido é o modo como ele é apresentado em bares: uma caneca de cobre com a imagem de uma mula agitada dando um coice, que se tornou o maior símbolo da bebida.

A origem da caneca remete à família de Sophie Berezinski, herdeira de uma fábrica de cobre. Ela foi a criadora do design que não só se tornou uma marca desse drinque, como também ajudou a nomeá-lo (em português, Moscow Mule significa “mula de Moscou”, em referência às suas raízes russas).

Na época em que Sophie se envolveu com a criação do drinque, a Rússia vivia uma crise na venda de cobre, o que estimulou o seu pai a enviar 2 mil canecas de cobre para os Estados Unidos, na esperança de gerar renda.

A própria Sophie embarcou com o marido para os EUA para vendê-las. Após alguns dias, cansada das caixas empilhadas com canecas de cobre em sua casa, a jovem decidiu buscar bares e estabelecimentos comerciais que pudessem se interessar por elas. 

Foi nessa empreitada corajosa que ela descobriu John e Jack, no momento em que eles pensavam o que poderiam fazer com os estoques de ginger beer e vodca que cada um possuía. 

Popularização

Fundado oficialmente em 1941, a última sacada genial envolvendo o Moscow Mule se refere ao marketing necessário para divulgar a bebida. Martin adquiriu uma câmera polaroid (modelo mais avançado da época) e começou a frequentar outros bares para ensinar a preparar o Moscow Mule. 

Após mostrar o passo a passo, ele pedia para os bartenders segurarem uma garrafa da vodca Smirnoff e uma caneca com a imagem da mula contendo o drinque. Ele chegava em casa, revelava as fotos e então as utilizava para divulgar a bebida em outros bares, mostrando como ela estava fazendo sucesso na concorrência.

Vale dizer que, com o passar do tempo, o Moscow Mule foi ganhando novas versões dependendo do lugar. Na Irlanda, a sua receita envolve o uísque, a bebida mais tradicional do país, enquanto no Brasil uma espuma feita de gengibre substitui a ginger beer, já que essa bebida é mais difícil de ser encontrada.

Texto: Gear Seo