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Doenças tireoidianas também acometem animais, entenda

Para funcionar direito, o corpo possui diversas substâncias que são secretadas diariamente e se transformam em outras reações químicas dentro das células. Chamamos esse processo de metabolismo.

As glândulas que produzem e secretam essas substâncias são parte fundamental disso. Quando há algum problema nelas, é preciso cuidar da saúde e procurar ajuda médica.

As doenças tireoidianas tendem a afetar o organismo como um todo e são bastante populares. O hipertireoidismo e o hipotireoidismo, por exemplo, são enfermidades metabólicas que afetam a tireoide, glândula responsável por diversos hormônios presente em todos os animais vertebrados. 

As duas doenças são muito comuns em seres humanos, mas também podem afetar cães e gatos. Assim, quais são as diferenças entre essas duas enfermidades e que bichinho pode ser afetado por elas?

Hipertireoidismo

Mais comum em gatos mais velhos, a partir de 8 anos, é um transtorno metabólico que acontece quando a tireoide fica acelerada e produz mais hormônios que o corpo precisa.

Geralmente, é causada por tumores benignos, que podem estar em um ou nos dois lados da tireoide. Só 5% dos casos apresentam malignidade e risco de vida.

O bichinho com hipertireoidismo perde peso, fica hiperativo, pode ter diarreia, micção e lambedura excessivas, perda de pelo em placas, nós nos pelos, agressividade, entre outros sintomas.

Todas as raças e ambos os gêneros podem sofrer com o hipertireoidismo.

Para detectar o diagnóstico, o médico-veterinário vai avaliar o histórico clínico do bichinho, apalpar sua tireoide para ver se consegue sentir o nódulo com as mãos e pode até solicitar hemograma para checar os níveis do hormônio T4, um dos principais produzidos pela tireoide.

Caso o hipertireoidismo seja confirmado, o pet deve ser encaminhado a um veterinário especialista em endocrinologia.

O tratamento pode incluir medicação diária, radioterapia e até cirurgia para remoção da glândula tireoide. 

Todas as opções devem ser conversadas e esclarecidas junto ao médico. Vale lembrar que o hipertireoidismo é raro em cães.

Hipotireoidismo

Quando a tireoide produz ou secreta pouco hormônio, temos esta enfermidade, que é considerada uma desordem endócrina comum em cães, mas rara em gatos.

O hipotireoidismo se manifesta na meia idade, por volta dos 4 a 10 anos, em ambos os gêneros. Algumas raças são mais predispostas, como o Golden Retriever, Doberman Pinscher, Dachshund, Setter Irlandês, Schanuzer Miniatura, Dogue Alemão, Poodle e Boxer.

Dentre os principais sintomas da doença estão letargia, aumento de peso e de apetite, recusa aos passeios e exercícios, intolerância ao frio, queda de pelo, perda de brilho do pelo, alteração de cio, arritmia cardíaca, constipação ou diarreia, elevação do colesterol e do triglicérides no sangue, entre outros.

Um ponto bastante negativo é que os sintomas surgem de forma gradual. Como o pet, em geral, está mais velho, muitos tutores acabam confundindo com preguiça ou velhice, demorando para procurar ajuda do médico-veterinário.

No caso dos gatos que passaram por cirurgia para remoção da tireoide por conta do hipertireoidismo, sabe-se que terão hipotireoidismo e serão submetidos à terapia de reposição hormonal para poderem levar vida normal.

O diagnóstico do hipotireoidismo também é feito por meio da anamnese clínica, da palpação da glândula e de exames laboratoriais, como o hemograma e até a ultrassonografia. O tratamento pode incluir uso de medicação para reposição hormonal diária e cirurgia.

Curiosidades

Alguns estudos apontam que a castração pode ser um fator desencadeante do hipotireoidismo em cães. As doenças metabólicas podem ser genéticas, idiopáticas ou adquiridas. É bem raro que animais de grande porte apresentem hiper ou hipotireoidismo.

Texto: Gear Seo