Descubra como o comércio exterior pode se beneficiar da moeda digital brasileira

A moeda digital brasileira, o DREX, deve democratizar o acesso ao crédito e aos serviços financeiros. Essa é a expectativa do Banco Central para facilitar o comércio internacional e até mesmo a aquisição de imóveis. 

Entretanto, ainda em fase de testes, a previsão é de que a moeda comece a operar sem restrições entre 2025 e 2026. 

Em entrevista ao Portal G1, o coordenador do projeto de moeda digital no Banco Central (BC), o executivo Fábio Araújo, explicou que, então, o DREX tende a facilitar as trocas entre moedas.

Como o DREX pode facilitar o comércio exterior brasileiro? 

Fábio também ressaltou que as moedas digitais têm bastante impacto nas negociações, sobretudo entre moedas que não são tão aceitas no exterior como o real brasileiro. 

Nesse sentido, ele usou como exemplo a relação de troca comercial direta entre Brasil e China e entre Brasil e Argentina.

Em contrapartida, o executivo explicou que o comércio com países com moedas menos aceitas é mais difícil, já que os valores são encarecidos por conta de as negociações serem dolarizadas. 

Igualmente, fábio explica que os mercados estão bem segmentados, então o preço de moedas menos aceitas varia de acordo com o mercado, por isso que o uso do dólar para as intermediações é bastante comum. 

Além disso, para o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto, a criação de moedas comuns para estimular o comércio já não faz mais tanto sentido após o avanço dos meios de pagamentos digitais. 

Para os executivos do BC, o DREX possibilita uma democratização da moeda, facilitando a formação de um preço e evitando o uso de dólares nas transações comerciais. 

DREX também deve fazer aquisição de imóveis 

Em palestra realizada em julho de 2023, Campos Neto também afirmou que o DREX deve facilitar a compra e venda de imóveis. 

Segundo ele, a moeda digital permitirá um custo menor de contratação de registros, e para o sistema de compra e venda de imóveis esse modelo será muito mais eficiente e ágil. 

Além disso, para Campos Neto, as moedas digitais permitem a realização de contratos inteligentes que possuem benefícios como:

  • Auto execução;
  • Dispensa de intermediários;
  • Rapidez;
  • Transparência.

Com muito menos burocracia e uma regulação transparente com a Blockchain, o DREX pode permitir a transação de imóveis com maior facilidade. 

Vamos a um exemplo simples: quem vender ou comprar um imóvel com DREX poderá realizar a transferência e firmar o contrato de forma automática.

Além disso, isso permite transações mais rápidas, menos burocráticas e com menos custos por contrato. Fábio Araújo ressalta que as transações de imóveis devem passar por outras adaptações na legislação brasileira. 

Igualmente, a digitalização dos ativos ocorre por meio da aferição da conformidade com a LGPD.

Qual será o ritmo de implementação da moeda digital brasileira? 

A fase inicial de testes do DREX começou em agosto deste ano. Nessa primeira fase, 500 operações foram realizadas entre 11 instituições financeiras em 50 dias. 

Essa primeira etapa deve envolver apenas instituições financeiras e ser concluída até maio de 2024. 

Depois dessa fase, a busca do BC em parceria com as instituições financeiras será para ajustar o modelo do DREX à legislação brasileira.

Ainda há a previsão de que haja uma fase de testes para a população, limitando os novos produtos financeiros para uma parcela pequena de cidadãos. Com isso, a operação do DREX sem restrições deve começar em 2026.