A natureza como recurso pedagógico

Diariamente, vemos crianças que passam horas em frente a telas, como celular ou tablet, jogando ou assistindo a desenhos animados, sem nenhum contato com a natureza

Segundo levantamento da Common Sense Media, organização de pesquisa sem fins lucrativos, em média, o uso de tela entre os pequenos é de sete a oito horas por dia. 

Assim, o número de crianças que saem para brincar na rua com os amigos à moda antiga diminui consideravelmente. A maioria delas, hoje em dia, prefere o entretenimento digital. 

Frente a tais eventos, surgem algumas questões: na era da tecnologia, como proporcionar uma infância mais conectada à natureza? E como isso pode servir de recurso pedagógico?

Benefícios naturais

Sobretudo, de acordo com o Manual de Orientação “Benefícios da Natureza no Desenvolvimento de Crianças e Adolescentes”, divulgado pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o convívio em natureza:

  • Diminui o risco de dependência ao álcool;
  • Favorece o desenvolvimento neuropsicomotor;
  • Reduz os problemas de comportamento;
  • proporciona bem-estar mental;
  • Equilibra os níveis de vitamina D.

Ainda conforme o Manual da Sociedade Brasileira de Pediatria, também estimula:

  • Criatividade;
  • Iniciativa;
  • Autoconfiança;
  • Capacidade de tomar decisões e de resolver problemas.

Portanto, se torna fundamental que você busque desenvolver um contato mais próximo de seu filho com a natureza, para dessa maneira conseguir aproveitar todos esses benefícios que ela pode proporcionar.

Um caminho alternativo para o aprendizado

Geralmente, os primeiros questionamentos a surgirem na vida de uma criança são relacionados à natureza (Por que o céu é azul? Por que o vento sopra?). 

Assim, quando os educadores permitem que os alunos entrem em contato com o meio ambiente, estão estimulando novos interesses pelo mundo.

Um exemplo de atividade envolvendo a natureza pode ser feita na fase da alfabetização. O professor leva os alunos até uma área verde e pede para que eles encontrem elementos que comecem com certa letra. 

São diversos cheiros, sensações e texturas capazes de abrir a mente dos pequenos. Por sua vez, usar a natureza como recurso pedagógico é fugir da tradicionalidade e estimular uma participação ativa no processo de aprendizagem. 

Nesse sentido, é importante que as instituições de ensino reavaliem os espaços e a rotina escolar. Perguntar para as crianças o que elas acham do lugar onde estudam, por exemplo, é um bom começo.

Ao construir uma escola, vale ter como prioridade o planejamento do pátio, a partir de alguns passos como plantio de árvores e flores, instalação de brinquedos, entre outros fatores.

Nesse contexto, ações como uma horta comunitária, mantida pela comunidade escolar, desperta o senso de coletividade e promove conexão com o meio ambiente.

Escolas da floresta

Tendo em vista a importância do contato com a natureza, muitas escolas têm a sustentabilidade como princípio para ensinar crianças sobre a preservação do meio ambiente. Junto a isso, habilidades cognitivas também são desenvolvidas.

Na prática, entram as escolas da floresta, iniciativas presentes principalmente em países nórdicos. O objetivo dessas escolas é que a natureza seja ao mesmo tempo escola e professora.

Por exemplo, na Grow House Forest School, escola infantil que fica na Suíça, os alunos não têm salas, cadeiras e nem mesas. As crianças e os professores se sentam na grama e o aprendizado acontece ao ar livre. 

Conclusão

Portanto, sair da rotina de aulas expositivas e levar os alunos para ambientes verdes pode ser bastante benéfico para a aquisição de novos conhecimentos. Em resumo, o time docente precisa ser capaz de propor atividades que incentivem o movimento e fujam da monotonia. 

Distanciar o aprendizado do sentimento de “obrigação” traz maior envolvimento por parte dos estudantes, e o contato com a natureza ajuda para que esse objetivo seja atingido.

Este texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do Blog Fundacred, onde você pode encontrar conteúdos informativos sobre diversos segmentos como educação, inovação, carreira, entretenimento, entre outros.