Melhor jogador do mundo pela FIFA em 2004 e 2005, primeiro (e único) futebolista, na história, a ter conquistado a Champions League, a Libertadores e a Copa do Mundo.
Todos esses títulos pertencem ao ex-jogador Ronaldo de Assis Moreira, o Ronaldinho Gaúcho.
Isso todo mundo já sabe. O que ninguém imaginava era que o ídolo do Barcelona acabaria preso no Paraguai, com seu irmão, por portar identidades falsas, em um país onde não se exige visto de turismo para entrar.
O Ministério Público do Paraguai investiga o porquê de tal fraude, e já existem suspeitas de que o crime está ligado às tentativas relacionadas à lavagem de dinheiro.
Entenda o caso
Ronaldinho Gaúcho viajou para o Paraguai na quarta-feira, 4 de março, com previsão de participar de alguns eventos, como um evento beneficente para crianças, o lançamento de uma biografia e uma ação social de uma empresária.
O ex-craque chegou ao país vizinho com seu irmão e empresário Roberto de Assis Moreira. Ao entrarem no país, os dois apresentaram passaportes do Paraguai preenchidos com seus dados pessoais, como se fossem cidadãos naturalizados paraguaios, aos agentes da imigração.
O que é mais suspeito nessa história é que para entrar no Paraguai, cidadãos brasileiros não precisam sequer de passaporte. Isso porque o simples uso da carteira de identidade já é suficiente para entrar no país.
Mesmo estranhando os fatos, os agentes da imigração liberaram a entrada da dupla. No entanto, pouco tempo depois, eles seriam abordados no hotel onde estavam hospedados graças a uma denúncia do Departamento de Identificação da Polícia Nacional.
Lá, os passaportes e as cédulas de identidade paraguaias que os dois portavam, bem como telefones celulares, foram apreendidos. Em seguida, Ronaldinho e Assis foram convocados a prestar esclarecimentos ao Ministério Público na manhã do dia seguinte.
Na sexta-feira (6), eles prestaram depoimento à Justiça paraguaia por quase oito horas. Pouco tempo depois de deixarem o tribunal de Assunção, sem dar declarações à imprensa, a dupla acabou sendo presa logo após trocarem de hotel.
A ação foi realizada por ordem do juiz criminal de Garantias Milko Valinotti, a pedido da Procuradoria-Geral. Tal medida foi tomada como forma de evitar que os irmãos saíssem do país após a decisão de que ambos continuarão sendo investigados pelo uso de documentos falsos.
Ronaldinho Gaúcho e Assis foram, então, encaminhados para o Agrupamento Especializado, para aguardar o andamento do processo.
Defesa de Ronaldinho
Na terça-feira (10), os advogados do ex-craque tentaram fazer um acordo com o Ministério Público do Paraguai para que os irmãos fossem transferidos para uma prisão domiciliar.
A proposta, que garantiria um imóvel no valor de US$ 770 mil (aproximadamente R$ 4 milhões), servindo como prisão domiciliar, foi recusada pelo juiz Gustavo Amarilla que prosseguiu com a decisão de manter a dupla no presídio de segurança máxima na capital paraguaia.
Os advogados, porém, entendem que a prisão de Ronaldinho e Assis é “ilícita, ilegal e abusiva”, além de afirmarem a inocência do ex-jogador, que não sabia que o passaporte que lhe foi dado havia sido adulterado.
Prisão preventiva
Além de Ronaldinho Gaúcho e Assis, também foram presos, pelo suposto envolvimento no caso, o empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira e as paraguaias María Isabel Gayoso e Esperanza Apolonia Caballero. Lira é apontado como representante legal do ex-jogador no Paraguai.
O Ministério Público do país também determinou a prisão da empresária Dalia López Troche, que teria negociado a viagem dos irmãos a Assunção, mas se encontra foragida.
Texto por: Gear SEO